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         Bem vindo na minha casa, na minha vida, no meu dia a dia desde que nasci na Roça, cresci e lá sempre retorno matar minhas saudades da lida na roça!

Na Roça é assim, feliz de quem ama a Roça

Minha vida na roça!

               Triste mais é verdade.

Leram um texto muito parecido com esse meu por aí na internet e me mostraram, deixa ele lá que use o que eu escrevi anos atrás quando postei na internet terra de ninguém.

O que interessa que to aqui pra fazer o bem e compartilhar com vocês a minha vida no dia a dia de segunda à segunda, na cidade e na roça! 

 

 

              Madrugada gelada, retratada em minha mente o brilho das estrelas naquelas noites geladas na fazenda, doces lembranças, sadias brincadeiras, bons momento na roda de viola nas noites geladas e estrelas, lua cheia iluminando cada passo da gente. O cantar do galo, o raiar do sol anunciando novo dia, o cheiro de mato, o aroma do orvalho. O bezerro procurando a ubre da vaca, sabiás gorjeando nas árvores que a brisa da manhã balança suas folhas, deita de um lado a outro as plantações de trigo. A chaleira tilintando na chapa do fogão a lenha, costelinha de porco e linguiça defumando devagarinho em sintonia perfeita com o aroma de café sendo coado fresquinho no saco de passar café, bule azul esmaltado com delicadas florezinhas enfeitam as bordas, a fumaça traz o aroma avisando estar quase pronto pão de queijo para o café da manhã.

 

         Inesquecíveis tempo e lembranças, áááh as minhas lembranças, saudades de pessoas e lugares. Da passagem comprada do ônibus rumo ao o interior, pela janela as riquezas da fazenda (gado, porco, ovelha, galinha, trigo, milho, feijão, soja). A poeira na roupa, o linguajar caipira, quanta saudades. Saudades de pedir bença pai, bença mãe, pena que já se foram dessa vida, saudades, do leite espumado e quente tomado direto da fonte, das espigas de milho verde que quando criança fazia no milharal de cada espiga tranças, rabos de cavalo, peruquinhas, no meu milharal eu mandava e brincava de cedo a noite de cabeleireiro e o destino me reservou a medicina. Saudades das espigas de milho assadas na brasa, pera, laranja, mimosa, maçã, amora colhidas direto do pé. Das sobremesas que minha vó fazia pra família toda, das cucas de banana com farofa, pudim de leite cozido, saudades das coalhadas fresquinhas huuum quanta saudades da vida na roça, das capinadas sinto falta, áááh quanta saudade da chuva e o cheiro de terra molhada.

 

             Mesa farta com pães diversos, cucas, bolinho de chuva com açúcar, queijos, voltas e mais voltas de linguiças, daquele revirado de feijão com couve refogada e torresmo frito pela manhã. É, sustentar um homem de 2 metros de altura não é nada fácil, minha mãe sempre dizia pra eu. Na hora do almoço o sino que badalava na varanda avisando que era hora de se lavar pra almoçar, comidas fortes de minha mãe e sustentava até hora do café da tarde, costelinha de porco defumada com quirera, galinha caipira com polenta, arroz carreteiro na caçarola de ferro, carne de porco da lata e tudo, tudo era feito no velho fogão a lenha. Saudade da nata fresquinha, da manteiga amarela, do requeijão no pão, era tudo tão trabalhoso mais valia a pena ter tudo isso por que o custo era pouco, bastava não termos preguiça e trabalhar desde o doce raiar do sol ao pôr do sol.

 

               Saudade do velho pilão que eu passava horas socado e moendo amendoim e era feito paçoca pro café da manhã e da tarde e áh, era também como sobremesa e hoje e dia pobres crianças, não sabem o que é o comer bem, só comem M´Donald, Coca Cola e Fast Foods.

 

                 Quantas saudades de no dia dia tratar a bicharada, se queria porco, galinha caipira, vaca, ovelha, cabrito, coelho, era só abater um e claro, se lascar de trabalhar, mas tínhamos de tudo, fartura completa e a felicidade igualmente. Fins de semana não perdoo-me se não vou passar fim de semana na roça, não abandono, não desisto, adoro ser um caipira, mesmo sendo doutor, um doutor caipira com muito orgulho eu sou.

 

                  Leo Lonsem

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